As expectativas eram altas, um canto
de Portugal ali, no meio da asia, como seria?
Chegamos já noite, depois da surpresa
de Hong Kong, limpa, sem carros a buzinar e organizada, Macau seria ainda
melhor, ou não?
O Cais onde apanhamos o “super barco”
era um centro comercial com bilheteiras, o mesmo se
passou na chegada a Macau mais de uma hora depois, novamente lojas e mais lojas
e num cantinho estava a bilheteira e esta indicação que nos obrigou a soltar uma gargalhada!
Marcamos a hora
do barco de regresso 3 dias depois, ouvi que não falta muito para poder ser possível
ir de Hong kong a Macau através de uma ponte, será uma das maiores do mundo,
mas nisso já os chineses são peritos!
O taxista era 100% chines, daqueles
que nas lojas em Portugal não sabem dizer uma palavra e sorriem, sabem?
Este não sorriu, não sabia ler a
morada do hotel, olhou para o mapa onde eu á cautela o tinha assinalado e virou
o papel “de pernas para o ar”, mau sinal pensei eu.
Depois numa ultima tentativa para não
dormir na rua mostrei o numero de telefone do hotel e ele mostrou-me o seu
Samsung de ultima geração, ok, estamos safos!
Logo ali percebemos que todos os sinais
em português são só para decoração ou cumprimento de uma lei que já não faz
sentido.
No hotel, depois de várias tentativas
desesperadas em várias línguas foi preciso ir á rua chamar uma pessoa para nos
entendermos com o recepcionista que só falava chines.
Os nomes das ruas estão em português,
no centro há lindas calçadas pretas e brancas a lembrar as nossas cidades,
em
qualquer esquina podem-se comprar pasteis de nata ou “portuguese egg tart” como
lhes chamam, quentes e bons!
há “mercearias” e bem no centro da cidade há um largo com o edifício
da “Santa Casa da Misericórdia”.
Mas a sensação que me deu ao passear
por Macau era que todas essas “marcas Portuguesas” estavam ali por mera
imposição de uma lei que verdadeiramente já não faz sentido. Senti-me como se
deve sentir alguém que regressa a uma casa que já foi sua, mas que agora
pertence a outros.
As centenas de Chineses que se
passeavam pelas ruas tiravam fotos das ruínas de São Paulo e com o mesmo
entusiasmo tiravam também da fachada do edifício da Santa Casa,
comiam um
pastel de nata e na mesma loja compravam barbatanas da tubarão secas
embrulhadas com um laço para oferta.
Será que algum deles sabe onde é Portugal?