Macau - parte 1

21.12.14
As expectativas eram altas, um canto de Portugal ali, no meio da asia, como seria?
Chegamos já noite, depois da surpresa de Hong Kong, limpa, sem carros a buzinar e organizada, Macau seria ainda melhor, ou não?


O Cais onde apanhamos o “super barco” era um centro comercial com bilheteiras, o mesmo se passou na chegada a Macau mais de uma hora depois, novamente lojas e mais lojas e num cantinho estava a bilheteira e esta indicação que nos obrigou a soltar uma gargalhada!

Marcamos a hora do barco de regresso 3 dias depois, ouvi que não falta muito para poder ser possível ir de Hong kong a Macau através de uma ponte, será uma das maiores do mundo, mas nisso já os chineses são peritos!
O taxista era 100% chines, daqueles que nas lojas em Portugal não sabem dizer uma palavra e sorriem, sabem?
Este não sorriu, não sabia ler a morada do hotel, olhou para o mapa onde eu á cautela o tinha assinalado e virou o papel “de pernas para o ar”, mau sinal pensei eu.
Depois numa ultima tentativa para não dormir na rua mostrei o numero de telefone do hotel e ele mostrou-me o seu Samsung de ultima geração, ok, estamos safos!
Logo ali percebemos que todos os sinais em português são só para decoração ou cumprimento de uma lei que já não faz sentido.

No hotel, depois de várias tentativas desesperadas em várias línguas foi preciso ir á rua chamar uma pessoa para nos entendermos com o recepcionista que só falava chines.
Os nomes das ruas estão em português, no centro há lindas calçadas pretas e brancas a lembrar as nossas cidades,

em qualquer esquina podem-se comprar pasteis de nata ou “portuguese egg tart” como lhes chamam, quentes e bons!

há “mercearias” e bem no centro da cidade há um largo com o edifício da “Santa Casa da Misericórdia”.



Mas a sensação que me deu ao passear por Macau era que todas essas “marcas Portuguesas” estavam ali por mera imposição de uma lei que verdadeiramente já não faz sentido. Senti-me como se deve sentir alguém que regressa a uma casa que já foi sua, mas que agora pertence a outros.
As centenas de Chineses que se passeavam pelas ruas tiravam fotos das ruínas de São Paulo e com o mesmo entusiasmo tiravam também da fachada do edifício da Santa Casa,

comiam um pastel de nata e na mesma loja compravam barbatanas da tubarão secas embrulhadas com um laço para oferta.


Será que algum deles sabe onde é Portugal?

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