Sempre gostei de escrever postais, não sou propriamente velha mas é um hábito que me ficou do tempo em que quando ia de férias ainda não tinha telemovel para contar como estavam as coisas a correr.
Depois, mesmo quando já tinha telemovel continuei a enviar postais, não para toda a gente mas especialmente para alguns.
Ainda agora, talvez mais por graça que por outra coisa continuo a comprar sempre postais e enviar com um pequeno texto acerca do tempo, das pessoas ou de alguma coisa engraçada que mereça a pena ir registando, telefonemas à parte, todos esperam isso de mim e sei que guardam com algum cuidado o que vão recebendo.
Estes não são meus, como podem ver pelos textos, eu não sou assim tão velhota! mas comprei-os num alfarrabista do Porto, fantásticos momentos que o tempo congelou, histórias de familias e amizades que o tempo já separou, entretanho-me a imaginar que pessoas seriam essas e porque é que uma coisa tão intima chegou ao balcão de uma loja, para venda.
Não acho que tenha alguma vez coragem de os usar mas comprei-os mesmo assim para guardar, como gostaria que os meus ficassem por muito, muito tempo.
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